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RESUMO |
Nas últimas três décadas o conhecimento
científico experimentou grandes avanços nas dimensões
teóricas com aplicações praticamente simultâneas,
ainda que não se tenha alcançado alguma teoria revolucionária
de amplo alcance a exemplo da física quântica do início
do século. Paralelamente, o ensino de ciências passou a
ser considerado campo de investigação, tendo conquistado
avanços para o tratamento didático de novos conteúdos
e métodos. As repercussões são ainda bastante tímidas
na efetiva prática de ensino; o conhecimento contemporâneo
permanece distante dos currículos escolares do primeiro grau
à graduação. Dentre as novas possibilidades destacamos
algumas que ora se contrapõem, ora se justapõem ao conhecimento
científico clássico da educação formal,
a exemplo da lógica difusa, já amplamente utilizada em
tecnologia e informática, com desdobramentos também nos
diversos campos de pesquisa da chamada ciência cognitiva. Os objetos
de investigação outrora neutros, simples e fechados, passam
a ser contemplados dinamicamente na complexidade, enquanto sistema abertos
e interativos, segundo a dualidade ordem/desordem. A experimentação,
que pressupunha o controle de variáveis e a obtenção
de regularidades a partir de artefatos/aparelhos/protótipos idealizados
e construídos, agora pode ser simulada com imagens e formalismos
de plasticidade inusitada por computadores potentes; espaço e
tempo já reconcebidos pela relatividade são agora socialmente
reformatados e compactados pelo uso das redes; realidade virtual parece
tão real.... A geometria dos fractais constitue poderosa ferramenta
para a obtenção de modelos que se aproximam mais da fenomenologia
da natureza. O ensino de ciências vem sendo atropelado pelas inovações.
Sem negar as grandes contribuições do passado, conteúdos
e métodos contemporâneos que traduzam esse conhecimento
contemporâneo precisam ser também contruídos e disponibilizados
para os diversos níveis de escolaridade.
Abordagens com boa aceitação na pesquisa da área,
como as que incorporam o ensino associado à história e
filosofia da ciência, que valorizam a tríade ciência,
tecnologia e sociedade, que defendem a opção temática
e as estruturas do conhecimento estão todas desafiadas a contribuir.
Os focos de investigação mais voltados para a aprendizagem/teorias
cognitivas a exemplo dos modelos mentais, do pensamento analógico
e metafórico, seguramente transcendem o escopo das ciências
clássicas e podem acelerar e enriquecer o processo da incorporação
do conhecimento atual em ciências, na escola.
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INTRODUÇÃO |
Sem negar as imensas contribuições de
autores e escolas do passado mais remoto, é possível se
afirmar que a ciência moderna e seu estreito compromisso com a
empiria e a lógica instala-se com a Física no século
XVII, sobretudo a partir dos trabalhos de Copérnico (séc.
XVI), Kepler, Galileu e Newton.
Este último não raro é tido como principal responsável
pela introdução dos novos tempos de investigação
e descobertas, com reflexos sem precedentes na história e desdobramentos
vinculados às revoluções industriais e à
fundação de novas disciplinas científicas. A unificação
do tratamento dos fenômenos da Terra com os dos céus é
um marco da época com desdobramentos até hoje. As técnicas
milenares passam a constituir um novo empreendimento humano, a tecnologia,
com vinculação cada vez maior ao universo da ciência
básica e aplicada.
Do ponto de vista metodológico e epistemológico, seguem-se
o triunfo da indução (Bacon), da experimentação,
do lançamento de hipóteses, formulação de
leis e teorias com uso sofisticado de base lógica formal e matemática.
De seu lado, a dedução (Descartes), mesmo em escala menor,
contribuiu para formulações teóricas da ciência
moderna.
A revolução científica e seu sucesso serviu de
referência principal para o surgimentos de novos campos do conhecimento
e principais pioneiros: Química no século XVIII (Lavoisier),
Geologia (1832, com Lyell) e Biologia também no último
século (enquanto área abrangente e mais madura do que
as anteriores botânica e zoologia, a partir de Darwin).
O mecanicismo e o funcionalismo atribuídos às leis naturais
da física e da química foram estendidos aos demais campos
novos do saber sistematizado, ainda que na Biologia o debate não
tenha sido consensual; até o final do último século,
muito biólogos não aderiam às causas mecanicistas
para o fenômeno da vida.
As ciências do homem, todas com status científico a partir
do último século, também se pautaram inicialmente
pelo modelo físico, procurando estabelecer o mesmo método
de sucesso para seus objetos complexos de pesquisa. Essa transferência
de modelo não foi completamente absorvida sobretudo pelos estudiosos
do chamado materialismo dialético, que consideravam o homem em
constante interação com a natureza e não se baseava
no império da razão instrumental. Esquematicamente, privilegiando
um modelo de propogação com traços lineares e sob
risco do reducionismo, que absolutamente não exclui outras tendências,
temos:
Física... > química > geologia > biologia >...
psicologia > antropologia > sociologia
mundo natural, coisas, aglomerados > vida > cultura > cérebro/mente
> sociedades
Fazer tais projeções e correlações hoje
seria mais que uma inadvertência, mais que ingenuidade, seria
mesmo um crime epistemológico. Nunca as mútuas influências
dos diversos campos científicos foram tão fortes, nunca
a busca pela interdisciplinaridade esteve tão presente tanto
na pesquisa como no ensino de ciências e matemática, nunca
os sistemas (abertos ou fechados, dinâmicos ou estacionários)
foram considerados tão complexos como agora. É sobre essa
transição que presenciamos, enquanto atores e espectadores,
que me proponho refletir com os colegas presentes.
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TRIUNFO E CRISE DA CIÊNCIA
CLÁSSICA |
Sabemos que os avanços da ciência até
este século, sempre correlacionados com a expansão do
capital desde a época dos novos "descobrimentos" fundaram-se
em certo princípio de "economia" formal, com a busca
de teorias amplas, suficientes para dar conta do maior número
possível de fatos, situações e fenômenos.
Economia que direcionava os estudos para o isolamento de variáveis
consideradas relevantes aos processos e à aplicação
de relações quantitativas ou semi-quantitativas, nas correlações
funcionais da matemática e da lógica. Uma idéia
de sistema sempre esteve presente nestas reflexões e ações,
acompanhada da validação interna daquele isolamento das
variáveis.
Em suma, o fazer ciência consistia em correlacionar grandezas
e simplificar, através do método analítico, a complexidade
aparente do universo próximo e distante, presente e remoto. Mais
ainda, do ponto de vista epistemológico, o homem se obrigou a
também se isolar do universo observado, acreditando que tal separação
não deveria interferir no "sistema". Ao que tudo indica,
o pesquisador foi obrigado a impor tal distanciamento/separação,
admitindo o modelo empiricista para sua investigação,
ou seja: objeto separado do sujeito e conhecimento puro obtido a partir
dos objetos não vivos e vivos para a boa interpretação
do sujeito cognoscente.
Como afirmado por Alexandre Koyré desde os anos 30, Newton (e
toda a ciência moderna) são "culpados" por essa
separação (Prigogine e Stengers, 1984). O triunfo da ciência
que unificou os fenômenos que ocorrem na Terra com os que ocorrem
nos céus, forçou o homem a se distanciar de si mesmo:
"para revelar o enigma do universo, ignorou e ampliou o enigma
de si mesmo".
A partir do início deste século, com as chamadas revoluções
científicas da física moderna, as certezas anteriores
passaram a ser colocadas em cheque. De um lado, observador e observado
não poderiam mais ser contemplados isoladamente, e mais ainda,
os objetos na escala microscópica (de partículas subatômicas
na visão clássica) revelaram comportamento dual, seja
como matéria concentrada no espaço e no tempo, seja como
onda - energia distribuída - neste mesmo espaço e tempo.
Sua localização passou a ser apontada difusamente por
equações de movimento baseadas em probabilidades, indeterminação
e exclusão. Assim, um elétron de um átomo de hidrogênio
por exemplo, com seu comportamento dual, tem determinada possibilidade
de estar em determinado local, com determinada velocidade. Caíram
também no universo das probabilidades os conceitos outrora precisos
de órbita, de trajetória, de determinismo.
Espaço e tempo também deixaram de ser concebidos como
grandezas absolutas, tão caras às ciências naturais
clássicas.
As conseqüências da Relatividade e da Física Quântica
atingiram todos os campos de conhecimento modernos, deste século,
em particular a filosofia, sobretudo a partir dos anos 50.
O próprio conceito de ciência, sua natureza interna, sua
dinâmica, sua relação com outros campos de conhecimento,
passou a sofrer novas contribuições de vulto; a epistemologia
em particular e a filosofia da ciência em geral se instalaram
como disciplinas, novos campos de conhecimento.
Na esfera tecnológica, citaremos apenas duas contribuições
da Física Quântica contemporânea que incorpora a
relatividade: computadores e todo o arsenal de acessórios de
um lado só se configuraram e se disseminaram pelas facilidades
dos circuitos impressos, à base de semicondutores e transistores,
concretizados a partir daquela teoria. Todo e qualquer laser, desde
as inofensivas e baratas canetas, passando pelos equipamentos médicos,
até os laser de potência industriais também forma
invenções possibilitadas por aquela teoria.
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EDUCAÇÃO FORMAL
E ENSINO DE CIÊNCIAS |
Um segmento essencial das organizações
humanas onde estas descobertas quase seculares ainda não está
presente é a educação escolar. A Ciência,
ou as ciências que hoje ensinamos/aprendemos, em particular a
física, não atinge o final do ultimo século. A
química contemporânea também permanece ausente,
uma vez que o ensino de regrinhas quânticas para se "explicar"
o átomo deste século não pode ser considerado ensino
de ciência contemporâneo. Talvez alguns tópicos/conceitos
da Biologia atual consigam chegar às salas de aula, isoladamente,
mas ainda longe da força e do desenvolvimento exponencial desta
ciência.
Em conseqüência, as discussões sobre ciência
e tecnologia enquanto empreendimentos humanos, não neutros, falíveis,
socialmente determinados..., que queremos implementar, quando ocorrem,
são vazias.
Sabemos bem que os valores subsumidos ao empreendimento científico-tecnológico
desde o século XVII persistem até hoje para a maioria
das pessoas e sociedades: objetividade, racionalidade, precisão
e mesmo exatidão, neutralidade. Tais valores, ainda que profundamente
questionados nas últimas décadas, persistem com bastante
vigor no ensino de ciências em seus diversos níveis: da
licenciatura à alfabetização. Dentre as razões
para justificarmos esta assimetria, destacamos a defasagem dos conteúdos,
uma vez que raramente trabalhamos em sala de aula, com conhecimentos
alcançados neste século. Aqui, uma primeira advertência,
nada original: é preciso substituir bastante os conteúdos,
participar dos grupos que definem o que ensinar/aprender.
Como a educação brasileira fundamental atingiu efetivamente
a maioria da população em tempos recentes, perdemos uma
oportunidade preciosa de levar para a maioria das salas de aula, um
ensino de ciências mais ajustado e mais compatível com
a ciência atual, sem descaraterizar ou negar suas conquistas no
passado.
Claro que não se trata de identificar culpados, principalmente
do lado dos professores. Parece ocorrer um efeito cascata e cíclico:
licenciatura desatualizada não só em conteúdos
como em métodos, propostas curriculares, livros didáticos
e materiais de ensino em geral também obsoletos e equivocados,
ensino de segundo e primeiro graus caricaturado...
Inovações diversas porém devem ser destacadas,
como os esforços conjuntos para enfrentar desafios:
· encontros, discussões, projetos, simpósios, sustentados
pela pesquisa dos programas de pós-graduação em
ensino de ciências e matemática, níveis de especialização,
mestrado e doutorado,
· publicações mais acessíveis aos professores
das redes públicas, com destaque para os livros paradidáticos,
· avaliação dos livros didáticos por equipes
acadêmicas, inicialmente na educação elementar,
agora já no nível de 5a. a 8a. séries,
· propostas curriculares mais consistentes e reflexivas, geradas
com algum tipo de participação dos docentes,
· concepção construtivista aceita não obstante
suas inúmeras variantes e incompreensões; valorização
dos diferentes saberes, das concepções alternativas dos
estudantes
· preocupação com a divulgação de
ciência e tecnologia em maior escala, na mídia e nos centros/museus/estações
de ciência.
· formação de professores em serviço com
vistas à educação permanente,
· Apoio institucional via programas e projetos, a exemplo do
SPEC/PADCT/CAPES, Pró-ciências - CAPES e Fundações
Estaduais.
Persistem as dificuldades graves das condições salariais
e de trabalho para a imensa maioria dos professores. Neste aspecto,
quase tudo ainda está por ser feito. Contudo, em países
onde a classe docente não padece deste mal, a aprendizagem em
ciências e matemática é também bastante problemática.
Tal insucesso vem inquietando lideranças do chamado primeiro
mundo; não por acaso passaram a financiar projetos amplos de
reformulação para o ensino da área, a exemplo dos
EUA, da Inglaterra, da Austrália.
É perturbador para nós, que gostaríamos de compartilhar
nosso conhecimento com todos os cidadãos escolarizados, constatarmos
que a maioria dos estudantes não está sensibilizada para
este aprendizado, embora seja adepta e consumidora não raro voraz
dos resultados da tecnologia.
Assim, o assunto é complexo e não será somente
por boa vontade e empenho sério que vamos contribuir para alavancar
uma transformação radical desejada.
Colocarei algumas tendências recentes que vem sendo consideradas
fundamentais tanto para o ensino da área (ciência, matemática
e tecnologia), como para a aprendizagem (ciências cognitivas).
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LÓGICA CLÁSSICA
E LÓGICAS ALTERNATIVAS |
Dentre as lógicas não-clássicas
contemporâneas destacamos uma delas, muito rica e plena de múltiplas
possibilidades: a difusa. Se antes, com a base do pensamento científico
na lógica formal, as possibilidades em torno da verdade eram
binárias: verdadeiro ou falso, sim ou não, igual ou diferente....,
hoje podemos trabalhar com lógicas onde as possibilidades estão
mais diluídas, como: sim, não e indeterminado (às
vezes com diversos níveis de indeterminação) ou
verdadeiro, falso, provavelmente um ou outro...
As lógicas paraconsistentes, que transgridem o princípio
da contradição para algumas proposições
(Jenner,1998) foram propostas como sistemas formais que suportam teorias
inconsistentes mas não triviais ... criadas com intenções
filosóficas e metodológicas muito distantes de qualquer
aplicação, ao passo que as difusas foram criadas com exclusiva
intenção aplicativa . (Carnielli, 1992),
Uma aplicação direta que desafia a lógica clássica
é o botão stand by das Tvs e equipamentos de som recentes.
Como classificá-lo? Está ligado ou desligado? Está
ligado e desligado? Ele indica nitidamente um estado intermediário
no circuito. Aplicações da lógica difusa em computadores,
transmissão automática para veículos e mesmo aparelhos
eletrodomésticos já são bastante comuns. Algumas
técnicas da lógica difusa amplamente usada em inteligência
artificial já estão presentes também na educação,
particularmente no enriquecimento de sistemas tutoriais de matemática
e ciências (Warendorf, 1997).
Categorias anteriormente não disponíveis para o conhecimento
científico abrem-se num universo muito mais amplo de possibilidades.
Podemos refinar e diversificar os valores de verdade da lógica
clássica identitária: para muito além das categorias
"semelhante e diferente" tão presentes em todas as
classificações taxionômicas científicas (animais,
vegetais, tabela periódica, carta de núclídeos...),
podemos lançar mão, através da lógica difusa,
tanto da semelhança na diferença, como na diferença
na semelhança. Nas relações complexas entre partículas,
átomos, elementos, células, seres vivos, encobertas pelas
classificações generalistas, podemos relativizar, enriquecer
e aprofundar nossos estudos em direção à complexidade,
muito mais próximas do real do que as idealizações
dos modelos científicos clássicos.
Um cachorro será então semelhante ao seu ancestral, o
lobo. Porém diversas raças caninas (por exemplo, as muito
pequenas) são diferentes nesta semelhança e simultaneamente,
semelhantes na diferença com outras espécies de animais
pequenos. Tais possibilidades reforçam as observações
dos alunos, mesmo das crianças e aproximam melhor o conhecimento
científico do conhecimento comum que eles detêm.
Qualquer estudo sobre meio ambiente encerra processos dinâmicos
com presença multiváriável e exigência conceitual
que esbarra nos limites da lógica formal.
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A EMPIRIA, TRAÇO UNIVERSAL
DA CIÊNCIA EM MUTAÇÃO |
Neste século, em particular nas últimas
décadas, mudaram as outrora consensuais condições
experimentais. Hoje torna-se mais difícil reconhecer com clareza
uma experiência enquanto projeto e execução de um
evento, fenômeno, situação enquanto certo tipo de
espelho de parte da realidade. A sofisticação tecnológica
levou-nos a um novo universo: antes facilmente descartável porque
produto da imaginação, hoje acessível até
em computadores portáteis. O universo virtual hoje está
muito presente e forte. Simulações as mais diversas podem
ser obtidas a partir das máquinas; um jogo de interações
entre sujeitos cognoscentes e computadores que "pensam, analisam
possibilidades, tomam decisões..."também se caracteriza
como experiência. Computadores potentes trabalhando em processamento
paralelo são capazes de finalizar em minutos, operações
não alcançáveis por grupos de matemáticos
em séculos...Equações numéricas não
lineares associadas a sistemas complexos caóticos são
resolvidas rapidamente, permitindo avanços para todos os campos
do conhecimento, em separado e em conjunto, nos problemas inter e transdisciplinares.
A velha experimentação sofreu sofisticação
sem precedentes.
Nosso palco principal de trabalho, a sala de aula, começa a se
impregnar com as possibilidades de ensino/aprendizagem com auxílio
de multimeios, com destaque para os vídeos e computadores/redes.
Diversos "laboratórios" de todas as ciências
e de matemática são disponíveis em CD-Roms e redes.
São diferentes do laboratório tradicional de manipulação
direta, mas semelhantes no trato de possibilidades "empíricas"
com a tela das máquinas. O ensino a distância começa
a ser implementado e paralelamente debatido. Mas será mesmo a
distância? Distâncias e tempos são rompidos bruscamente
nestas condições. Não é elementar categorizar
tais atividades; talvez sejam mesmo presenciais, num novo cenário
onde a presença física não se configura.
Tempos novos, de convívio difícil entre uma aula expositiva
que ainda merece seu espaço e o uso de multimídia, que
igualmente se impõe e amplia os horizontes de possibilidades
didático-pedagógicas. Por exemplo, o conjunto de filmes
da série galáctica - Enciclopédia Britannica pode
enriquecer bastante a discussão não só das cosmologias
atuais, como das teorias físicas que lhes dão suporte.
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EM DIREÇÃO À
COMPLEXIDADE |
Analogicamente, no ensino de ciências, já
é possível se trabalhar com recursos computacionais para
o aprendizado tanto de geometria como de fenômenos complexos que
envolvem por exemplo a dinâmica dos fluídos, desde o escoamento
em tubos, até a circulação sangüínea...São
novos modelos que possibilitam novos alcances para aprendizagem em qualquer
nível de escolaridade.
Temáticas milenares como a dualidade ordem-desordem vem sendo
intensamente pesquisadas nas últimas três décadas
com auxílio de novas tecnologias, novas lógicas e novas
incursões teóricas. A termodinâmica dos processos
distantes do equilíbrio se credencia para lançar modelos
e interpretações alternativos sobre o fenômeno da
vida enquanto dinâmica complexa e ordenada. Os avanços
da biologia molecular atingem a todos nós, entre a perplexidade
e o encantamento; busca-se os segredos vitais e produzem-se seres vivos,
inclusive mamíferos, independentemente dos embriões, criam-se
fetos em ambientes externos ao útero. A mídia explora
como nunca os novos achados com destaque para a clonagem. O debate se
impõe com desafios inéditos, dentre eles a ética
que deve orientar a busca e aplicação de novos conhecimentos.
A relevância da biodiversidade transcende as razões de
preservação ambiental; os interesses são imensos,
dos governos - sobretudo dos países desenvolvidos com recursos
mais restritos e pobres- dos centros e institutos de pesquisa e da indústria
de química fina e fármacos. Nunca se apoiou tanto a pesquisa
de princípios ativos de produtos vegetais com uso na medicina
tradicional, ao lado dos sintetizados. Nunca se experimentou tanto modelos
multivariáveis para se conhecer um pouco mais sobre a coexistência
das espécies.
Passando para um terreno mais abstrato, constatamos que uma nova geometria,
muito mais similar ao desenho complexo da natureza, define os fractais,
invariantes na escala e com dimensões não inteiras. Dessa
forma, um cumprimento infinito encerra uma área finita. As aplicações
deste conceito associado aos fenômenos complexos parecem inimagináveis.
Aplicações que superam os escopos das disciplinas científicas,
essencialmente transdisciplinares: costas marítimas, formação
de nuvens, turbulência, economia, agricultura, biologia e até
música. Sistemas não vivos e vivos que evoluem no tempo
podem "escolher" uma direção dentre mais de
uma possibilidade, nas chamadas bifurcações, não
seguem uma trajetória unívoca e determinada (Prigogine,
1985); caracterizam-se pelas auto-organizações (Atlan,
in Pessis-Pasternak, 1992), onde um agrupamento atômico (no caso
mais simples de um laser) ou macromolecular (no caso de células
ou seres vivos) parece obedecer a um roteiro/programa que pressupõe
conhecimento interior (Flickinger e Neuser, 1994). Tópicos como
números Fibonacci e triângulos fractais (Pickover, 1994)
na natureza e na tecnologia não parecem exigir abstração
maior dos alunos do que os tradicionais conteúdos clássicos,
mas continuam negados. Ou seriam então algum tipo de cultura
inútil que deve ser ignorada pela escola?
O conhecimento se renova e se expande, o simples é reconcebido
como complexo (Bachelard, 1996). É preciso no entanto reafirmar
que os avanços são próprios à natureza da
pesquisa básica e aplicada em ciência e tecnologia; que
persistem limitações enormes, como a incapacidade de se
prever com graus desejáveis de precisão, as flutuações
do clima, como a dificuldade da ciência para explicar todas as
questões de gênese, seja do universo, da vida, do conhecimento...A
mídia, que até recentemente divulgava com estardalhaço
achados (como a clonagem) e conquistas (como a viagem de nave para Marte),
sem a menor crítica, parece recentemente um pouco voltada também
às limitações da ciência.
A cultura científica exige os níveis mais elaborados e
abstratos de pensamento e reflexão e encerra natureza universal,
e continua com seu conhecimento pouco democratizado. Suas estruturas
conceituais e teóricas localizam-se nos planos da cultura elaborada,
embora muitos humanistas ainda rejeitam esse corpo de conhecimento,
precisamente por se sentirem distantes e alheios, apesar de intelectuais.
A cultura científica está freqüentemente em colisão
com os valores, normas e crenças das culturas populares, das
culturas primeiras. Sabemos que a maioria das pessoas mesmo escolarizadas,
continuam associando o conceito de força ao de velocidade, confundem
massa com peso e defendem concepções vitalistas. Tais
aprendizagens de origem sócio-cultural são fortemente
significativas e conflitivas com as concepções científicas.
O cenário contemporâneo exige a convivência entre
as culturas regionais e a universal. A condição pós-moderna
trouxe a debate o fenômeno do multiculturalismo e do prazer aliado
ao saber. Respeitadas as culturas locais, não podemos deixar
de permitir o acesso das maiorias ao conhecimento atual das ciências
e matemática, provocando o inevitável conflito entre os
conhecimentos. Esta relação é também complexa,
trazendo para a sala de aula um pólo de diálogo e problematização
das diferenças entre as concepções dos alunos e
aquelas de que somos porta-vozes.
Se muda o conhecimento, mudanças de conteúdos e métodos
se impõem na educação formal e informal. O desafio
é no mínimo duplo: transpor, traduzir, elaborar, produzir
materiais didáticos a partir da nova ciência, que orienta
um novo saber escolar de ensino/aprendizagem de ciências e aplicá-los
com chances de sucesso. É a transição entre a ciência
dos cientistas e a ciência dos professores em debate com a ciência
dos estudantes.
Mesmo a cosmovisão de vários cientistas conhecidos e reconhecidos
está em crescente mutação, ora propondo idéias
heterodoxas, ora questionando e propondo rupturas com a rigidez e ortodoxia
das ciências naturais- tanto as clássicas, como as contemporâneas.
Seja pelo potencial quântico de Bohm, a escuta poética
de Prigogine, os campos morfogenéticos de Sheldrake, pelo neoplatonismo
de Penrose, as viagens especulativas pelo espaço-tempo e além
de Toben e Wolf, somos não raro tentados a modificar nossa idealização
racionalizada do perfil mediano dos pesquisadores. Quando tratamos destes
autores e suas idéias com licenciandos e mesmo pós-graduandos
da área de ensino, registramos sempre um certo estupor, acompanhado
de desconfiança porque são inevitáveis as colisões
entre estes/estas e seu enquadramento dos conteúdos científicos
- estudados sempre com um consenso exagerado.
Os métodos de ensino também se diversificam e apontam
para novas possibilidades. Cabe aos professores de ciências e
matemática um papel precioso na disseminação dos
multimeios: vídeos, teleconferências, CD-Roms e redes de
computadores (Assmann, 1996). Critérios de seletividade dos novos
materiais são urgentes, uma vez que a grande maioria dos conhecimentos
desgastados dos livros didáticos vem sendo literalmente transportados
para as redes. Usar a Internet sem critérios talvez seja mais
retrógrado do que usar velhos textos e compêndios. Contudo,
no tocante ao conhecimento emergente, é muito mais provável
localizarmos fontes confiáveis, instigantes e disponíveis
nas redes de computadores, do que aguardar publicações
didáticas com as devidas transposições do saber
sábio para o saber a ser ensinado. Parece-nos que os pesquisadores
em ensino de ciências teriam uma efetiva contribuição,
ao selecionar, adaptar e propor novos materiais didáticos a partir
destas fontes, nos cursos de formação docente e, por desdobramento
no ensino médio. Temos tido, junto com alunos de Metodologia
e Prática de Ensino de Física da UFSC, algum sucesso nesta
tarefa. Nossos licenciandos conseguem, ao final do curso, montar um
dossiê com materiais didáticos tradicionais e da mídia
que contemplam Física e Ciências clássicas e contemporâneas,
sem deixar de lado as propostas heterodoxas da imaginação
científica que incluem, por exemplo, os buracos de minhocas.
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PENSAR O PENSAMENTO, CONHECIMENTO
DO CONHECIMENTO |
Tudo indica que o Homem começa a desvendar melhor
a complexidade, para além das simplificações. Simultaneamente,
começa a desvendar um pouco do "enigma de si mesmo".
Embora o conhecimento atual sobre o cérebro seja ainda bastante
incipiente, houve avanços significativos. Memória, pensamento,
consciência... os mistérios da mente humana começam
a ser minimamente reconhecidos. As ciências da cognição
também vem contribuindo para que nos conheçamos um pouco
mais. Eventuais ganhos das teorias da aprendizagem para a educação
escolar ainda se constituem em meros projetos. Contudo, basta verificarmos
a quantidade de periódicos que hoje abordam por exemplo a chamada
Inteligência Artificial, para suspeitarmos que em breve poderemos
colher resultados que poderão ser preciosos para melhorar os
índices de sucesso na aprendizagem em ciências, matemática
e todos os demais campos do conhecimento, eventualmente em novos campos
interdisciplinares. Estudam-se tanto as clássicas possibilidades
de aprendizagem via novas estruturações, desequilíbrio/equilíbrio,
como as dimensões do interesse envolvido nos processos.
É possível se afirmar que a interação sujeito-objeto
está sendo implementada de formas cada vez mais ricas (Bunge,
1973) . De um lado, a complexidade dos fenômenos naturais e de
outro os processos cognitivos e afetivos que procuram modelar, também
de forma complexa, aquela complexidade.
O conhecimento em Ciência e Tecnologia avança, agora não
mais acima de qualquer suspeita, mas submetido à vigilância
e à avaliação de suas possibilidades e limites,
analisado à luz do binômio risco/benefício. Avança
também a busca incessante por métodos diferenciados de
trabalho em equipe na construção da interdisciplinaridade.
Os temas e tópicos que aqui apresentamos para debate e desafios
são essencialmente interdisciplinares.
Se um objeto de investigação é por natureza complexo,
não será pesquisado a contento por apenas um ou dois campos
de conhecimento. Será submetido aos estudos cruzados pela construção
das diversas disciplinas do saber científico. Saber que não
se restringe às chamadas ciências da natureza, porque as
chamadas ciências humanas participam cada vez mais dos estudos
conjuntos. Se o sujeito que conhece e que busca o ainda desconhecido
não pode ser mais concebido como o sujeito isolado dos séculos
17 a 19, a contribuição das ciências cognitivas
torna-se essencial em todas as investigações de hoje e
do porvir.
Ademais, nunca é demais lembrar que nós, professores de
ciências naturais, desenvolvemos atividade didático-pedagógica
regida pelas ciências humanas; nossa atividade é essencialmente
interdisciplinar.
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INTERDISCIPLINARIDADE, MEIO AMBIENTE
E DESAFIOS AO TRABALHO DOCENTE |
Uma palavra sobre o estudo do meio ambiente. Parece-nos
que tal responsabilidade não pode ser debitada somente aos professores
de ciências . Trata-se de um tema transversal, para utilizarmos
um conceito de época nas teorias curriculares. Contudo, grande
parte das tarefas de construção deste saber escolar para
os diversos níveis de escolaridade é mais nossa em trabalho
compartilhado com os docentes de todas as outras disciplinas.
Os estudos seriados e descritivos do ensino fundamental impõem
limitações aos estudantes quando dos estudos sobre meio
ambiente. Talvez essa nova demanda nos direcione para uma reformulação
mais radical dos conteúdos introdutórios trabalhados em
ciências. Talvez a construção de ternários
e aquários, seguida do acompanhamento e observação
pelos alunos, nos ajude a tratar os assuntos de maneira menos isolada:
solo, água, ar, estudados detalhadamente em Série pouco
contribuem para a compreensão da dinâmica dos ambientes
onde habitam os seres vivos.
Talvez sejamos menos ingênuos ao acompanhar a mídia quando
elege situações dramatizadas como a libertação
de baleias sitiadas por navios especiais, enquanto espécies inteiras
estão ameaçadas e principalmente enquanto crianças
vivem abaixo dos limites da pobreza, subnutridas, ausentes da escola
e forçadas a trabalhar na tenra idade. Ou quando elegem vilões
como o gás CFC, o "saquinho plástico/polietileno"
ou o isopor. Paralelamente, quase nada se fala sobre o automóvel,
monstro tecnológico que não resiste a um balanço
de massa (carro pequeno tem 800 kg e transporta em média 100kg),
que polui e exige investimentos maciços que bem poderiam ser
em parte destinadas à educação e à saúde.
É hora de analisar os prejuízos de certas máquinas,
para além do conforto que elas possam oferecer a alguns; desmistificar
os alcances da era moderna é também tarefa nossa.
Hora de valorizar o computador e as redes sem exageros, considerando
a máquina e sua capilaridade mundial como auxiliares eficazes
de nossa tarefa em sala de aula.
É tempo de aprender com os avanços e equívocos
de tendências para o ensino de ciências e matemática:
não se ensina diretamente aos alunos, porém eles sozinhos,
individualmente ou em grupo não redescobrem conhecimentos, não
constróem a partir do nada. Tempo de valorizar nossa mediação
com toda a complexidade enquanto professores de um conhecimento específico,
de ciências da natureza e enquanto educadores.
Na prática, cabe discussão sobre a intersecção
de horários de estudo dos asssuntos novos dentre os licenciandos,
organizado e mantido pelos docentes das disciplinas afins. Cabe, por
extensão, lutar para a conquista de horários comuns de
espaços privilegiados a assuntos e temas contemporâneos,
com aulas de "ciências de hoje" no ensino médio,
paralelamente às aulas e cursos das disciplinas específicas
de Física - com suas parceiras históricas Astrofísica/Cosmologia
e recentes como a Física Médica, Química e parceiras...
e Biologia e sub-áreas.
Categorias epistemológicas comprometidas com a síntese
de conhecimentos seriam condutoras de materiais didáticos com
múltiplas linguagens e tecnologias, visando a estruturação
destes conhecimentos em termos de transposição didática,
sempre na perspectiva interdisciplinar. São exemplos os conceitos
unificadores (Angotti, 1991 e 1994) - transformações,
regularidades, escalas e energia, e o conhecimento em rede (Terrazan,
1992; Machado, 1995).
Se o novo conhecimento não é só disciplinar, seu
ensino não poderá engessá-lo em disciplinas isoladas;
parece ser mais compatível se manter aulas específicas
paralelamente a outras, constituídas por sessões comuns.
Para além das restrições adminstrativas/burocráticas,
tais atividades só poderão se efetivar sob responsabilidade
de grupos de professores com formações distintas, mas
não distantes ou alheias às múltiplas entradas
e possibilidades desse novo conhecimento. Setores da educação
não formal como os museus vem contribuindo com esforços
similares dignos de nota e admiração, a exemplo da publicação
Exploring Magazine Museuns Association. Tópicos sobre fractais,
ordem/caos, geometrias não euclidianas, padrões/simetrias
da natureza, são usualmente abordados com seriedade, em linguagem
acessível para professores de ciências e outras áreas.
Acreditamos que a ABRAPEC , pela sua natureza e vocação,
seria a instituição privilegiada para iniciar esforços
nestas direções, reivindicando um espaço plural
mais compatível com as novas demandas, se pensarmos nas congêneres
vinculadas à uma das ciências disciplinares. Paralelamente
às pesquisas e outros desafios da atividade acadêmica,
grupos de pesquisadores e docentes interessados seriam responsáveis
pela seleção e construção de sites, bases
de dados, filmes, softwares e livros, seja para as licenciaturas ou
o ensino médio. Parte dessa tarefa já vem sendo feita,
isoladamente ou em grupos articulados. Não raro, elas atingem
níveis de excelência no aspecto visual, incluídas
simulações impossíveis nas publicações
tradicionais, mas persiste um certo amadorismo no que tange às
inovações que possam contribuir para avanços na
aprendizagem, seguramente um novo campo aberto às investigações
de nosso interesse. Em especial, a categoria diálogo e sua concepção
necessariamente reconfigurada para situações face-tela-face;
diálogo mediatizado pelo computador, seja nas possibilidades
sincrônicas, seja nas mais desafiantes, as assincrônicas.
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