Apêndice A - Os Movimentos da Terra:

A Terra realiza vários movimentos no espaço e alguns deles são extremamente complexos, vamos citar apenas cinco, que são: Rotação, Translação, Precessão, Nutação e Translação para o Ápex.

No entanto, muitos movimentos da Terra são derivados desses citados, podendo a Terra realizar, segundo alguns teóricos, mais de quinze movimentos, mas há de se notar que todos os movimentos de uma forma ou de outra estão correlacionados e por questões didáticas expomos em separado seus principais movimentos, mais a rigor ainda, a Terra faz um movimento, ou seja, o movimento dela no espaço, nós por razões didáticas derivamos estes movimentos.

Movimento de Rotação: Este movimento se realiza ao redor de um eixo imaginário passando pelos pólos. Tem o sentido direto, isto é, de oeste para leste. Uma rotação completa da Terra dura 24 horas siderais, o que corresponde a 23 h 56 m e 4 s de tempo solar médio. A rotação da Terra causa a sucessão dos dias e das noites. Chama-se "dia sideral" ao tempo que emprega a Terra para a uma rotação completa sobre o seu próprio eixo, e isto corresponde ao intervalo de tempo entre duas passagens sucessivas da mesma estrela pelo mesmo meridiano. O "dia solar" é o tempo gasto pela Terra para fazer uma volta sobre o seu eixo, tornando-se como ponto de referência do Sol.

Como em um dia a Terra se translada quase um grau em torno do Sol, os dias solares são mais longos (4 minutos aproximadamente) que os dias siderais. Os dias solares não são iguais entre si. Dois fatores concorrem para essa desigualdade, a excentricidade da órbita da Terra e a obliqüidade da eclíptica. Essas causas fazem com que o Sol, em seu movimento aparente ao longo da eclíptica pareça caminhar mais rapidamente no perigeu que no apogeu, e mais depressa também nos solstícios que nos equinócios.

Chama-se "sol médio" a um Sol fictício que percorre o equador com velocidade constante, à proporção que o Sol verdadeiro percorre a eclíptica em uma ano, com velocidade variável.

A "equação do tempo" é a diferença entre o tempo solar verdadeiro e o tempo solar médio, marcado pelo relógio.

Como prova indireta do movimento de rotação da Terra, pode-se citar o movimento diurno da esfera celeste, operado em sentido retrógrado.

Movimento de Translação: Este movimento se realiza em um ano, é o movimento da Terra ao redor do Sol. Chama-se também movimento orbital ou de revolução.

O eixo da Terra é inclinado em relação ao plano da órbita (plano da eclíptica). A inclinação atual é de 23 graus e 27 minutos. A direção do eixo da Terra, aproximadamente constante, corresponde à posição dos atuais pólos celestes. O pólo celeste norte fica nas proximidades da estrela Alfa da constelação da Ursa Menor (Poláris), enquanto o pólo celeste sul situa-se junto a estrela Sigma, da constelação do Oitante.

O movimento de translação que se realiza no sentido direto e tem a duração de 365 dias 6 horas e 9 minutos, e equivale aproximadamente, à duração do ano sideral.

Não há provas diretas do movimento de translação da terra. Nenhuma das experiências feitas permite evidenciar seu movimento anual em torno do Sol. Um célebre experimento realizado por Michelson e Morley, em fins do século passado, não deu o resultado esperado.

Entre provas indiretas deste movimento citaremos: (a) o deslocamento progressivo das constelações para oeste; (b) o fenômeno da aberração da luz; (c) a paralaxe das estrelas próximas; e (d) o efeito Doppler-Fizeau.

Movimento de Precessão dos equinócios: Foi descoberto por Hiparco no séc. II a. c. Comparando a latitude e a longitude celeste de várias estrelas com resultados obtidos no século anterior, Hiparco verificou que: (a) a latitude celeste não havia variado sensivelmente e (b) a longitude celeste havia aumentado igualmente para todas as estrelas observadas.

Posto isso, concluiu que o aumento de longitude devia ter sua causa no recuo do ponto gama ao longo da eclíptica. Segundo Hiparcos, o ponto gama - origem das longitudes celestes - deve retroceder sobre a eclíptica aproximadamente 50 segundos de arco por ano, percorrendo toda sua extensão em aproximadamente 26.000 anos.

A explicação do fenômeno de precessão dos equinócios foi dada por Newton no séc. XVII. Ele demostrou que a atração unisolar sobre as regiões equatoriais da Terra faz com que o eixo terrestre mude lentamente de direção no espaço. Em virtude disso, cada pólo celeste descreve um pequeno círculo cujo raio é de 23 graus e 27 minutos, ao redor do pólo correspondente da eclíptica. Ao mesmo tempo, os pontos equinociais (gama e libra) deslocam-se ao longo da eclíptica em sentido retrógrado.

Foi devido ao movimento de precessão dos equinócios que o ponto gama retrocedeu da constelação de Áries para a de Peixes, enquanto o ponto libra recuava da constelação da Balança para a de Virgem.

Nutação: Descoberta por Bradley no séc. XVIII, o fenômeno consiste numa leve oscilação do eixo da Terra ao redor de uma posição média. Cada pólo celeste (que devido ao movimento de precessão deveria descrever um pequeno círculo ao redor do pólo correspondente da eclíptica) passa a descrever, em conseqüência da nutação, uma linha ondulada, em períodos de aproximadamente 18 anos.

Movimento de Translação para o Àpex: A Terra, juntamente com os outros astros do sistema solar, apresenta um movimento de translação para um ponto da esfera celeste denominada Àpex. Este ponto fica mais ou menos, entre as constelações de Hércules e Lira. O movimento tem uma velocidade aproximada de 20 km/s.

Como conseqüência, as estrelas pertencentes às constelações de Hércules e da Lira parecem se afastar radialmente a partir do Àpex. Fenômeno oposto ocorre com as estrelas situadas a retaguarda do movimento de translação, que parecem convergir todas para a região do antiápex.

Além desses movimentos ainda podemos citar que o eixo da Terra que tem uma inclinação de 23 graus e 27 minutos, varia positivamente ou negativamente em 1,3 graus em um milhão de anos. Isto pode causar as glaciações.