Apenas as conclusões anteriores não são suficientes para a proposição de um modelo cosmológico como o Big Bang. De fato existem mais evidências de que isso possa ter realmente ocorrido. Vamos tratar duas delas: A Radiação Cosmológica de Fundo e a abundância de elementos leves no universo.
A Radiação Cosmológica de Fundo
O universo pode ser considerado um corpo negro, ou seja, um corpo que não reflete radiação. Toda a radiação detectada foi emitida apenas por ele. A radiação (comprimento de onda) que um corpo negro emite está diretamente ligada à temperatura do mesmo pela Lei de Wien. De fato, o melhor diagrama de corpo negro já registrado até hoje foi o da Radiação Cosmológica de Fundo. Logo, utilizando a lei e medindo o comprimento de onda máximo da radiação emitida atualmente pelo universo, é possível determinar qual a temperatura atual do mesmo.
Esta radiação associada à temperatura pode ser entendida intuitivamente como sendo o que “sobrou” do enorme calor e temperatura presentes nos momentos iniciais do universo.
A descoberta ocorreu por acaso, enquanto técnicos da companhia telefônica Bell (EUA), Robert Wilson e Arno Penzias, trabalhavam com antenas para detectar sinais fracos de rádio. O que eles perceberam é que existia um ruído fraco que sempre era captado na mesma intensidade, independentemente da posição para a qual eles apontassem a antena. Sem saber do que se tratava, levaram os resultados para físicos da universidade de Princeton, que por fim, constataram se tratar da Radiação Cosmológica de Fundo. Wilson e Penzias ganharam o prêmio Nobel por descoberta acidental em 1978.
O satélite WMAP conseguiu mostrar que a radiação é extremamente homogênea em todas as direções. Suas pequenas variações são de 1 parte em 10.000. Abaixo está o gráfico que mostra a Radiação em seu comportamento atual.
Abundância de Elementos Leves
Os primeiros elementos químicos a serem sintetizados na evolução do universo foram os mais simples (mais leves). Então, é de se esperar que uma parte razoável da matéria do universo esteja ainda na forma de elementos leves. De fato, através de cálculos e estimativas, mostrou-se que ¼ da matéria total do universo seria composta por Hélio, Deutério (um isótopo do Hidrogênio) e Lítio. Diversas observações foram feitas, e as observações corroboram a previsão teórica.
Os elementos químicos mais pesados e mais complexos são formados a partir de diversas reações nucleares que ocorrem a altas temperaturas e pressões no núcleo das estrelas, um processo chamado nucleossíntese. Depois de formados e armazenados no interior das mesmas, eles são espalhados pelo cosmos quando as estrelas explodem, em eventos denominados supernovas. Como exemplo, podemos citar o Carbono, Oxigênio, Nitrogênio, etc.